segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Nada entre nós

Pela mesma janela que o sol entrava todos os dias para espiar meu rosto inchado de sono, eu a via todas as noites. Pontualmente, todos os dias às seis horas eu chegava em casa. Cansado do trabalho, tirava os sapatos e me jogava no sofá.

Meu despertador já estava programado para as sete, a hora em que ela – também pontualmente – apontava na janela do quinto andar do prédio ao lado. Acho que estou ficando apaixonado. Aguardo ansiosamente cada minuto.

Assim que o rádio-relógio tocou, apaguei as luzes e corri para a janela. Ela não estava no lugar de sempre. Deve ter pegado trânsito depois do trabalho. Continuei olhando fixamente sua janela. Aguardei ansiosamente cada segundo. Estava com saudades de ver aquele corpo cuidadosamente desenhado por deuses do amor e do sexo, onde, a janela servia como uma moldura.

Uma hora de atraso... E nada. Nenhuma luz se acendeu. Apesar de cansado e um pouco entediado, ainda tinha esperanças – apesar de poucas – em vê-la naquela noite.

Depois de quatro horas e meia esperando, desisti. Ela não apareceu.

No dia seguinte, meu despertador tocou como de costume. Apaguei as luzes, corri para a janela e ela ainda não tinha chegado. Talvez hoje ela apareça.

Pi-pi-pi-pi. Click, click, click. Nada.


2 comentários:

anna legroski disse...

lindo seu conto, pena que durou pouco ^^
qdo eu crescer quero escrever que nem vc =P

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.